GOVERNANÇA CORPORATIVA EM COOPERATIVAS DE CRÉDITO NA ÓTICA DE CONSELHEIROS ADMINISTRATIVOS DAS COOPERATIVAS FILIADAS À CENTRAL CRESOL BASER

• Autor

  Mariele Bedin

• Orientador

  Nelson Natalino Frizon

• Universidade

  UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

• Tipo de Curso

  Especialização/MBA

• Tipo

  Artigo

• Ano de Produção

  2019

Introdução

O mercado financeiro mostra-se em constantes transformações, dentre elas ganhos e perdas econômicas. Deste modo, o mercado vem exigindo das empresas maior transparência e confiabilidade nas informações e demonstrações contábeis, bem como uma gestão que reflita credibilidade. De tal modo, percebe-se que as boas práticas de Governança Corporativa se tornaram cada vez mais relevantes para as organizações (SOUZA; BAUER; COLETTI, 2020). O conceito de governança é multidimensional, envolvendo mecanismos relacionados ao conselho de administração, a estrutura e controle acionário, a minoria proteção dos acionistas, remuneração dos gerentes e transparência da informação (ARANTES et al., 2020). Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o Conselho de Administração é o principal componente do sistema da Governança Corporativa, e seu papel é ser o elo de relacionamento entre a propriedade e a gestão (IBGC, 2015). No ambiente brasileiro, pode-se considerar que o Conselho de Administração possui funções que visam reduzir a assimetria informacional, o que pode proporcionar aumento na qualidade da informação divulgada para o mercado, além de propiciar monitoramento mais eficiente dos executivos (BAIOCO; ALMEIDA, 2017). Dessa forma, o conselho, mediante suas atribuições e suas características, pode afetar diretamente o desempenho da organização (ANDRADE et al., 2009). O propósito do Conselho de Administração é proteger e valorizar o patrimônio, bem como maximizar o retorno do investimento. Deve ter pleno conhecimento dos propósitos e crenças dos sócios e zelar pelo seu aprimoramento. Deve ainda, prevenir e administrar situações de conflito de interesses ou de divergência de opiniões, a fim de que o interesse da organização sempre prevaleça (GERCOOP, 2019). Não obstante, estudos empíricos (AHMED; HENRY, 2011; WILD, 1996) apresentam evidências de que o comitê de auditoria aumenta a qualidade dos números contábeis. Entretanto, Baioco e Almeida (2017) destacam que pesquisar e compreender a relação das funções do comitê de auditoria com a qualidade das informações contábeis mostrou-se uma oportunidade de pesquisa. Outros fatores são considerados relevantes na formação do Conselho de Administração, tais como, o tamanho e à capacidade de monitorar efetivamente os interesses dos acionistas (AHMED; HENRY, 2011). No que concerne ao desenvolvimento das Cooperativas, em face das exigências econômicas e sociais do mundo moderno, passa pela demanda de novos modelos de gestão na tentativa de ajustar suas estruturas à realidade. As Cooperativas se veem forçadas à evolução, assim como as demais organizações, no que diz respeito às suas atividades, à interface tecnológica, às formas de gestão, à complexidade da estrutura organizacional e aos relacionamentos com pessoas e instituições. Visando o fortalecimento do Cooperativismo de Crédito no Brasil, em 2009, o Banco Central apresentou os resultados do projeto “Governança Cooperativa”, no qual, por meio de estudos e pesquisas, conseguiram diagnosticar as particularidades da governança nas Cooperativas de créditos e definir diretrizes para a implementação de boas práticas (GERCOOP, 2019). As boas práticas de Governança Corporativa requerem a preparação de relatórios gerenciais mais específicos e com transparência, organizados e otimizados pela área de Controladoria (NASCIMENTO; BIANCHI; TERRA, 2007), sendo que a não adoção das boas práticas de governança pode resultar em informações gerenciais assimétricas, acarretando problemas de conflito de interesses (ALBANEZ; VALLE; CORRAR, 2012). Pesquisas destacam que os Conselhos de Administração assumiram um papel significativo nos últimos anos (ANDERSON; MELANSON; MALY, 2007; NEVES, 2017). Dada relevância, este estudo tem como objetivo analisar a compreensão dos Conselheiros Administrativos das Cooperativas filiadas à Central Cresol Baser sobre as funções da Governança Corporativa. Entende-se que o tema assumiu importância na medida em que organizações, das mais diversas, envolveram-se em escândalos corporativos e o mercado passou por crises de confiança (NEVES, 2017). Dessa forma, o artigo está estruturado, além dessa introdução, embasamento teórico e empírico, descrição dos procedimentos metodológicos utilizado na pesquisa, análise das entrevistas realizadas e, por fim, as considerações finais.